No mês de maio, o Movimento Independente Mães de Maio e outros movimentos realizam uma série de eventos para marcar a luta por memória, justiça, reparação e não repetição travada por muitas mulheres, mães, que tiveram seus filhos mortos pela ação do estado. 304o25
O Movimento Independente Mães de Maio foi criado em resposta à chacina de 2006, em que mais de 500 pessoas foram mortas por agentes de segurança e por grupos de extermínio em várias periferias de São Paulo, incluindo a da Baixada Santista. Este ano, os Crimes de Maio completam 19 anos e os familiares das vítimas seguem sem resposta.
O primeiro evento do mês ocorre no dia 05/05, o lançamento do livro e uma Femenagem à professora e assistente social, Francilene Gomes Fernandes. Franciele integrou o Movimento Independente Mães de Maio e faleceu em 2024, lutando pelo reconhecimento e responsabilização pelo desaparecimento forçado de seu irmão e de outras vítimas de Maio de 2006.
No dia 08 de maio, o Movimento, em parceria com a Conectas, a Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas e a Anistia Internacional organizam o Seminário internacional: Violência de Estado nos Crimes de Maio – Direito à memória, justiça, reparação e não repetição, na sede da Ação Educativa.
18h – Lançamento do Livro “Tecendo Resistências”
Encontro aberto para o lançamento do livro da assistente social, intelectual e ativista do Movimento Mães de Maio Francilene Gomes Fernandes.
Local: Tuquinha/PUC-SP
10h às 13h – Lançamento do Projeto “EnfrentAção”
Pesquisa e Intervenção Multiprofissional a partir da escuta de mães e familiares de vítimas da violência do Estado. O projeto é uma parceria entre o Movimento Independente Mães de Maio e a Unifesp, implementado pelo Centro de Arqueologia e Antropologia Forense (CAAF/Unifesp), por meio do financiamento da Secretaria de o à Justiça (SAJU) do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O evento ocorre de maneira híbrida, com transmissão no Youtube do canal PROEC Unifesp.
Local: Presencialmente, no Auditório Profª Drª Ieda Maria Longo Maugeri (Reitoria Unifesp), Rua Sena Madureira nº 1500, térreo, Vila Clementino.
Das 14h às 19h– Seminário internacional: Violência de Estado nos Crimes de Maio – Direito à memória, justiça, reparação e não repetição – Lançamento do Tribunal Popular
Seminário pedagógico voltado para a reflexão crítica e a construção coletiva de caminhos de enfrentamento à violência estatal no Brasil, com foco especial nas práticas de Justiça Popular. O encontro também buscará incorporar perspectivas sobre o sistema prisional e as políticas de drogas, ampliando o debate sobre os mecanismos de controle e exclusão social promovidos pelo Estado. Além do lançamento do Tribunal Popular, iniciativa política e pedagógica que reunirá familiares, militantes, juristas, artistas e pesquisadores em um processo coletivo. O Tribunal Popular se estenderá até maio de 2026, culminando em um julgamento simbólico do Estado brasileiro pelos crimes cometidos em maio de 2006, e por sua política sistemática de extermínio da juventude negra e periférica.
Local: Ação Educativa – Rua Gen. Jardim, 660 – Vila Buarque, São Paulo – SP.
10h30 às 13h – Ato por justiça para Luiz Fernando Alves de Jesus durante a primeira audiência do caso.
Em 10 de fevereiro de 2023, Luiz Fernando, um jovem de 20 anos, foi morto por policiais da ROTA na Avenida Cecília Lottenberg, em São Paulo. As imagens das câmeras corporais dos policiais registraram a ação, que gerou ampla mobilização social e levou o Ministério Público a denunciar os envolvidos por homicídio e fraude processual.
Local: Fórum Criminal da Barra Funda.
Concentração às 17h – Ato público de memória e resistência, abrindo oficialmente a Semana das Vítimas da Violência do Estado em São Paulo, realizado em Santos.
Local: Estação da Cidadania – Av. Ana Costa, 340 – Santos/SP